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As estimativas são que em 2010 o Brasil passou a ser, por pouco, a 7ª. maior economia do mundo (o que só poderá ser confirmado em março ou abril) e que deve permanecer assim este ano e em 2012 (dependendo de sua taxa de crescimento e a de países europeus, 2013 segue o ano mais provável para o Brasil passar a 6ª maior economia.) No entanto, se as economias da Rússia, França e Reino Unido revelarem-se excepcionalmente fracas, e a do Brasil forte, há chances matemáticas do Brasil ser a 6ª ou mesmo a 5ª economia ainda este ano, dependendo do critério de medição.
Há uma publicação muito boa da The Economist, todo ano, na qual se mostram prospecções para o ano seguinte para as 80 maiores economias do mundo. No Brasil a 25ª edição chama “O Mundo em 2011”, com tradução da Carta Capital e custa R$ 15,90 nas bancas. Recomendo enfaticamente.
Nela encontraremos que as previsões para 2011, para o porte das 10 maiores economias do mundo são:
PIB em US$ bilhões correntes:
ESTADOS UNIDOS : 14.996 / CHINA : 6.460 / JAPÃO : 5.621 / ALEMANHA : 3.127 / FRANÇA : 2.490 / REINO UNIDO : 2.403 / (7º) BRASIL : 2.052 / ITÁLIA : 1.888 / ÍNDIA : 1.832 / RÚSSIA : 1.737
PIB por Paridade de Poder de Compra (PPP) em US$ bilhões (os países são os mesmos, mas em outra ordem, ao lado as taxas de crescimento previstas para 2011, já embutidas nos PIBs):
ESTADOS UNIDOS : 14.996 +1,5% / CHINA : 11.292 +8,4% / ÍNDIA : 4.508 +8,2% / JAPÃO : 4.408 +1,3% / ALEMANHA : 2.989 +1,1% / RÚSSIA : 2.351 +4,0% / (7º) BRASIL : 2.314 +4,5% / REINO UNIDO : 2.221 +1,3% / FRANÇA : 2.189 +1,1% / ITÁLIA : 1.864 +0,6%
[Uma avaliação sobre a pertinência do atual tipo de câmbio R$/US$, sobre os dinamismos relativos e sobre a grande disparidade de renda média requereria esforço adicional. Esses importantes assuntos estão propositadamente omitidos por ora. Fiquemos naquilo que normalmente a imprensa vai acabar noticiando, que são rankings...]
O que se pode observar:
- Como não deve haver mudanças relativas de posição entre 2010 e 2011 (apenas a Índia passará o Japão no segundo critério por sua muito maior taxa de crescimento) o Brasil já deve ser a 7ª maior economia, pelos dois principais critérios, desde 2010 (em 2009 os PIBs de França e Reino Unido foram maiores que o do Brasil pelo critério de PPP; em 2009 o PIB da Itália foi maior que o do Brasil em US$ correntes. A se confirmar as ultrapassagens pelo Brasil em 2010.)
- Pelo critério PPP o Brasil deve completar 2011 com PIB inferior em apenas 1,5% ao da Rússia. De 1993 a 2004 o PIB brasileiro já tinha sido superior ao da Rússia e, dependendo das circunstâncias do mercado de gás/petróleo (a Rússia é muito dependente da exportação desses produtos para o mercado europeu), uma nova ultrapassagem em 2011 ou 2012 é possível, o que deixaria o Brasil em breve como 6ª economia em termos reais (independentemente de oscilações cambiais.)
- O PIB em US$ correntes para o Brasil em 2010 pode ser previamente estimado em US$ 2.050 bilhões (o anúncio do valor correto deve ser em março/2011). A Economist Intelligence Unity prevê valor similar para 2011, mas considerando inflação de 4,4% e crescimento real do PIB de 4,5%. Isto pode significar uma previsão implícita de desvalorização cambial de 9%. No entanto, se tal desvalorização não ocorrer e se a taxa média de câmbio em 2011 permanecer em R$ 1,75/US$, o PIB do Brasil será, nessa medição, de US$ 2.225 bilhões (mas mantendo-se em 7ª posição.) Porém, o Euro (desde 2008) e a Libra (desde 2007) experimentaram desvalorização em relação ao US$, de 16 e 8% e esse movimento está ainda em curso. Enquanto a moeda brasileira permanecer na valorização atual, e se houver uma desvalorização subseqüente de 10% do Euro ou da Libra, o PIB do Brasil, nessa medição, ultrapassaria os de França e Reino Unido apresentando-se como o 5º maior (o que seria algo insólito e não necessariamente desejável para este e próximos anos.)
As previsões de que o Brasil seria a 5ª ou 6ª economia do mundo pela época da Rio-2016 ficam desse modo um pouco antecipadas. Elas tinham sido feitas antes da medição dos impactos da crise de 2008 e, como as economias européias saíram-se relativamente mal em 2009 e 2010, tanto em crescimento como em apreciação de suas moedas, o Brasil ultrapassou Itália e provavelmente ultrapassará França, Reino Unido e Rússia antes do que havia sido imaginado. A seguir a previsão do PIB por PPP para 2011 como percentual daquele de 2007 (antes da crise) para as 25 maiores economias do mundo (o que inclui todos os G-20):
ESTADOS UNIDOS (2011/2007) : 107% / CHINA : 153% / ÍNDIA : 139% / JAPÃO : 103% / ALEMANHA : 102% / RÚSSIA : 115% / BRASIL : 124% / REINO UNIDO : 102% / FRANÇA : 103% / ITÁLIA : 99% / MÉXICO : 120% / COREIA DO SUL : 123% / ESPANHA : 100% / CANADÁ : 109% / INDONÉSIA : 131% / TURQUIA : 103% / TAIWAN : 135% / IRÃ : 119% / AUSTRÁLIA : 121% / POLÔNIA : 118% / HOLANDA : 104% / ARGENTINA : 126% / ARÁBIA SAUDITA : 119% / TAILÂNDIA : 117% / ÁFRICA DO SUL : 114%
Por esta medição o Brasil deve se sair como a 6ª economia melhor sucedida, dentre as 25 maiores, na absorção dos efeitos da crise financeira de 2008 (atrás de China, Índia, Taiwan, Indonésia e Argentina.)
Uma curiosidade :
Mantidas as seguintes taxas de crescimento anuais para o PIB (EEUU 1,5%; China 8%; Índia 6%; Japão 1%; Alemanha 1%; Rússia 4%; Brasil 5%), a economia do Brasil ultrapassaria a da Alemanha por volta de 2018, tornando-se a 5ª maior em poder de compra. Se a Índia mantiver sua moeda desvalorizada como atualmente, a economia do Brasil em US$ correntes pode vir a ser a 4ª maior em algum ano a partir de então (atrás de EEUU, China e Japão.)
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